A Guerra ao Carro: Um Conflito Desnecessário

A paisagem costeira de Salvador, antes um cartão-postal de beleza e lazer, enfrenta a degradação em decorrência do embate contra os automóveis. Esse fervor ecológico tem afetado a fluidez do tráfego e o cotidiano das pessoas, com a redução das velocidades permitidas nas vias e a proliferação das ciclovias.

O embate contra os veículos motorizados, impulsionado pelos defensores do meio ambiente e da mobilidade urbana, busca diminuir a dependência dos carros e promover alternativas de transporte, como bicicletas e transporte público. Entretanto, em vez de solucionar os problemas de mobilidade, essa disputa tem gerado mais transtornos e tensões no trânsito.

A redução das velocidades nas principais vias de Salvador tem provocado congestionamentos e atrasos, afetando a rotina dos cidadãos e a logística de transporte de mercadorias. Essa medida, fundamentada em argumentos questionáveis e simplistas, compromete a eficiência do sistema viário e a locomoção da população.

Ademais, o aumento das ciclovias na costa soteropolitana tem desencadeado a deterioração do espaço público, com áreas antes verdes e bem cuidadas sendo substituídas por faixas exclusivas para bicicletas. A destruição do paisagismo e a escassa manutenção desses espaços são sinais do fracasso dessa política.

O artigo do jornalista britânico Jake Wallis Simons, publicado em 2022 na revista The Spectator, aborda este conflito entre motoristas e ciclistas, que se intensifica à medida que as restrições aos veículos se expandem. Em vez de promover segurança e harmonia no trânsito, essas políticas acabam exacerbando a hostilidade e o perigo de acidentes.

É fundamental repensar o planejamento urbano e as políticas de mobilidade, em vez de se deixar levar pelo fervor ecológico e pelo confronto aos automóveis. Soluções equilibradas, que englobem os diversos modais de transporte e garantam eficiência, segurança e qualidade de vida, são necessárias.

A paisagem litorânea de Salvador não deve ser vítima desse confronto. A cidade merece um planejamento urbano que preserve sua história, sua beleza natural e o bem-estar de seus habitantes. O caminho para um trânsito mais seguro e sustentável envolve compreender as necessidades reais das pessoas e promover o diálogo entre todos os envolvidos, sem extremismo e exaltação.

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